Bem-vinda! Bem-vindo!

Aqui pode ler a história de Resil, assim como encontrar algumas ideias e sugestões feitas pelo próprio. A história de Resil foi criada por crianças e jovens migrantes na Grécia, Itália, França e Portugal. Esta é uma história que se dirige, em primeiro lugar, a outras crianças e jovens migrantes. Pode ser usada como um instrumento que promove, e suporta, a interação entre crianças migrantes e profissionais que trabalham com essas crianças.

A história e as reflexões de Resil salientam aquilo que as crianças e jovens migrantes consideram importantes para se sentirem melhor, e mais fortes, durante as várias fases do seu ciclo de migração: casa, decisão de partida, partida, viagem, chegada e instalação no país de destino. Estas fases representam também os seis capítulos da história.

Esperamos que gostem.

A história de Resil está disponível nos seguintes idiomas:

Explicar às pessoas à minha volta de onde vim, a minha cultura e os hábitos na minha comunidade foi uma boa forma delas me conhecerem e de me compreenderem melhor. Custou-me um bocado porque não me apetecia estar a explicar as minhas origens a todas as pessoas. Mas quando encontrava alguém com quem me sentia confortável, falava sobre isso e acabava por também ser útil para me relembrar das minhas raízes e para compreender melhor a minha própria história. Eu também queria saber mais sobre o local onde estava, por isso fiz muitas perguntas. Deste modo, percebi que não havia só diferenças entre o país que me acolheu e o meu país de origem. Há, afinal, semelhanças entre as pessoas, as culturas e as tradições.

Explica as tuas raízes, cultura e contexto de origem às pessoas em quem confias.

Tenho muitas memórias sobre a minha casa, as pessoas com quem estava, as coisas que fazia quando era criança e enquanto cresci. Algumas são tristes mas outras fazem-me sentir mais forte. Tentei sempre apreciar estas memórias pois elas ajudaram-se quando me sentia sozinho ou com saudades de casa. Mesmo que me tenha esquecido de algumas coisas, ainda me lembro de muitas outras que me relembram quem sou e de onde venho. Isto é muito importante pois ajuda-me a dar um significado à minha situação atual.

Aprecia as boas recordações pois são preciosas na tua vida.

Em casa, sentia-me muito próximo do meu pai, da minha mãe e do meu melhor amigo. Quando parti, prometi-lhes que ia manter o contacto. Mesmo que algumas vezes tenha sido difícil, tentei sempre manter a nossa relação. Ouvi-los e falar sobre as nossas coisas costumava dar-me força para o futuro e esperança de os voltar a ver em breve.

Mantem o contato, sempre que consigas, com as pessoas que te são queridas e com outras pessoas do teu país que são importantes para ti.

No meu país, a dimensão espiritual estava muito presente. A religião e outras tradições, faziam parte da vida quotidiana da nossa comunidade. Contudo, este aspeto não era tão reconhecido ou valorizado na nova sociedade. Mas eu queria continuar a praticar a minha religião e encontrar momentos de ligação a esta parte invisível. Percebi que podia pedir um espaço para rezar na casa onde estava a viver. Não tens de deixar de praticar a tua religião ou as tuas crenças espirituais só porque são estranhas ou desconhecidas para as pessoas no novo local.

Se for importante para ti, encontra tempo e espaço para a dimensão espiritual ou religião.